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Munícipe

União das Freguesias de Malhou, Louriceira e Espinheiro

União das Freguesias de Malhou, Louriceira e Espinheiro


População: 1909Habitantes

 

Área: 35,5 Km2

 

Atividade Económica: A agricultura, principalmente o azeite, indústria de curtumes, cerâmica, transformação de madeiras, moagem, metalomecânica, alguma indústria ligeira, serviços, comércio, pecuária, serrações de madeira, pinho e eucalipto.

 

Festas, Feiras e Romarias: Divino Espírito Santo (Malhou,15 de gosto) e Nossa Senhora das Candeias (Chã de Cima, 3 de fevereiro), Nossa Senhora da Conceição (Louriceira, 2.º domingo de agosto), S. Vicente (Louriceira, 22 de janeiro), Festas de Natal e de Nossa Senhora da Encarnação (Espinheiro, 24 de dezembro) e Romaria de S. Brás ao Prado (Espinheiro, fevereiro).

 

Património Cultural e Edificado:

 

Malhou
A Igreja Matriz, do século XVII; o Cruzeiro, datado de 1714; a capela da Nossa Senhora das Candeias, no lugar da Chã de Cima, o seu Miradouro e os Moinhos de Vento, estando dois em bom estado de conservação, de grande importância para a etnografia e arqueologia industrial, assim como diversos fontanários por toda a freguesia.

 

Louriceira
Igreja Matriz, que se pensa ter sido edificada no século XII (1151), sendo assim umas das mais antigas da região; solar de Alviela; Arcada do Vale; Olhos de Água e Moinhos de Azenha.

 

Espinheiro
Igreja Matriz, Museu Rural e Etnográfico de Espinheiro, Fonte dos Namorados e Monumento de Homenagem aos Fundadores da Freguesia.


Artesanato: Sacos de serapilheira, cestos em vime, ráfia, feno e bunho, artigos em madeira, tapetes tipo Arraiolos, bordados e pinturas em tela, latoaria.

 

Gastronomia: Cachola, Migas, Chouriço caseiro, Pão caseiro, Arroz doce, Bolos de noiva.

 

Coletividades: Centro Cultural, Desportivo e Recreativo da Chã de Cima, Centro Cultural e Recreativo Malhouense, Associação de Caça e Pesca da Freguesia de Malhou, Casa do Povo de Malhou, Paladinos do Futuro – Associação de Pais, Clube de Karaté e Desportos de Malhou, Centro Recreativo e Desportivo Louriceirense, Associação de Caçadores da Louriceira, AIJIL – Associação de Apoio Integrado a Jovens e Idosos de Louriceira, Casa do Povo de Espinheiro, Associação Musical e Tradições do Espinheiro e Atlético Clube Espinheirense; Rancho Folclórico da Casa do Povo de Espinheiro.


Histórico:

A União de Freguesias de Malhou, Louriceira e Espinheiro compõe-se das localidades de Malhou, Chã de Cima (localizadas o extremo sul do concelho), Louriceira e Carvalheiro (desde os limites de Malhou até ao maciço de Porto de Mós) e Espinheiro (extremo sudoeste do concelho).

 

Esta União de Freguesias foi constituída em outubro de 2013, em cumprimento da Lei nº 11-A/2013, que estabelece a reorganização do território das freguesias, sendo formada pelas ex freguesias de Malhou, Louriceira e Espinheiro.

 

A ex freguesia de Malhou pertenceu ao antigo Concelho de Pernes, que foi extinto no ano de 1885, tendo passado, então, para o de Santarém e, posteriormente, para o de Alcanena, em 1914, quando este foi criado.

 

Malhou é palco de manifestações religiosas, de entre as quais se destacam as festividades em honra de Nossa Senhora das Candeias, no lugar da Chã de Cima, no mês de fevereiro e a Festa do Divino Espírito Santo, em Malhou, no mês de agosto, que desempenham um importante papel na animação da freguesia e das suas gentes.


A ex freguesia de Louriceira é uma estreita, mas comprida, faixa do território, situada ao longo do Rio Alviela, desde os limites de Malhou e Vaqueiros até ao maciço de Porto de Mós, onde se localiza o lugar de Carvalheiro, com os seus cem habitantes.

No território desta ex freguesia, localizam-se os famosos Olhos de Água, onde nasce o Rio Alviela. Nesta nascente, durante mais de cem anos, foi captada água para o abastecimento de grande parte da cidade de Lisboa, sendo a água transportada através de uma conduta que começou a ser construída a 28 de dezembro de 1871 e foi concluída quase nove anos depois, a 3 de outubro de 1880. Durante a década em que decorreram os trabalhos de construção desta conduta, a Louriceira conheceu um grande desenvolvimento comercial, devido à presença de grande quantidade de trabalhadores, necessários à realização de tão grandiosa obra.
 
Os vários aquedutos existentes nesta localidade, verdadeiras obras de arte e que constituem um interessante património arquitetónico e de arqueologia industrial, de que se salienta a Arcada do Vale, são os ex-líbris da Louriceira, aldeia muito antiga, cujas origens remontam à Idade do Bronze ou talvez a período anterior.

 

Os seus primeiros habitantes terão sobrevivido da pastorícia, da pesca e da extração de areias do Rio Alviela para abastecer uma fundição de bronze localizada no Cabeço das Figueirinhas (Quinta da Galambra), onde o investigador Vítor Gonçalves fez, há cerca de trinta anos, uma prospeção arqueológica de resultados ainda desconhecidos.

 

A origem do topónimo é o termo latino Latium – Lauritu, que significa terra dos loureiros.

 

A sua Igreja Matriz terá sido edificada no século XII (1151), o que prova ser terra antiga. Do seu passado, infelizmente, pouco se sabe, atribuindo-se frequentemente à fuga dos jesuítas, que terão levado consigo o espólio da povoação, o que justifica essa falta de documentação. Este saque terá sido completado em 1811, aquando da presença das tropas francesas na localidade.
Esta ausência de documentos históricos é suprida, em parte, pelas lendas que se contam na Louriceira sobre os factos do seu passado. Assim, conta-se que Luís Camões aqui terá nascido, na Quinta de Alviela, ou de que aqui houve uma feira anual que se realizava no dia 8 de dezembro, dia da padroeira da Louriceira, Nossa Senhora da Conceição, que, curiosamente, se realiza, atualmente, em Pernes... Ao concelho de Pernes pertenceu a Louriceira até à sua extinção, por decreto de 24 de outubro de 1855, passando, então, para o de Santarém até à criação, em 8 de maio de 1914, do concelho de Alcanena.

 

No extremo sudoeste do Concelho de Alcanena situa-se a localidade de Espinheiro, ex freguesia criada a 23 de março de 1928.

 

Se as suas primeiras notícias históricas datam do séc. XVIII, pela pena de Simão de Lemos, as suas lendas recuam até à fundação da Nacionalidade, pois, por estas florestas, teria D. Afonso Henriques recolhido a madeira que utilizou para as escadas de assalto ao Castelo de Santarém e, no sítio do Carrapato, teriam acampado as suas tropas.

 

É precisamente nas tradições de Espinheiro, mantidas e cultivadas pela sua população, que encontramos algumas das maiores riquezas culturais da aldeia. A existência de um rancho folclórico, agente de recolha e preservação das seculares tradições da etnografia local, um grupo de Jogo do Pau, centro das atenções na Romaria anual em louvor de S. Brás do Prado e preservador de um dos mais característicos jogos populares portugueses, com especificidades únicas e típicas no Espinheiro, são elementos fundamentais de identidade cultural e fator de orgulho e coesão da população.

 

O calendário anual dos festejos desta freguesia é enriquecido com várias manifestações populares, herdeiras também das antiquíssimas ocasiões de convivência social, de espírito pagão e religioso. Temos, nestes casos, o jogo de “Malhão do Gaio”, as Maias ou a lenda de Nossa Senhora da Encarnação e o vinho oferecido ao povo da freguesia durante as festas populares de Nossa Senhora da Encarnação, em dezembro. É neste contexto de dinamização popular e de extraordinária riqueza cultural, que o Espinheiro herdou da roda do tempo, que nos apercebemos da personalidade e da identidade da aldeia, na sua relação com o meio e no orgulho das suas gentes nas suas valiosas tradições.